Macia, fina e compacta. Talha-se tal qual folha de papel. A Pedra de Ançã foi durante séculos a rocha predilecta de arquitectos e escultores, pela fácil trabalhabilidade que proporciona. É provavelmente este o segredo mais bem guardado da região de Cantanhede.
A designação de “Pedra de Ançã” compreende genericamente os calcários branco-amarelados, de tendência oolítica, formados desde a Idade Bajociana-Batoniana, cujas jazidas se estendem por Ançã, Outil, Vila Nova e Portunhos, pertencentes ao concelho de Cantanhede. O transporte da rocha era feito em carros de bois até ao vale ou Fonte de Ançã, e daí até ao Rio Mondego, donde partia depois para o resto do país e estrangeiro.
Do maciço do chamado “Horst de Cantanhede”, existe uma pequena parte de Pedra de Ançã com características muito próprias. Este subtipo de Pedra de Ançã, outrora extraído apenas sob autorização régia das jazidas da Pedreira d’El Rey – hoje sobrepostas por prédios urbanos – foi musa do centro escultórico de Coimbra no período da Idade Média e Renascimento.
A Coimbra acorreram os mais importantes artistas como Mestre Pêro, Juão de Ruão, Nicolau Chanterenne, Gil Eanes, entre outros, e todos eles trabalharam a Pedra de Ançã: o túmulo da Rainha Santa Isabel, de D. Afonso Henriques e D. Sancho I, o portal da Igreja de Santa Cruz, o portal do Mosteiro da Batalha, a Porta Especiosa da Sé Velha de Coimbra, são apenas alguns exemplos de trabalhos dos “artistas da Pedra de Ançã”.
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