Uma associação de viticultores do Alentejo reclamou hoje do Governo mais fiscalização no setor, por suspeitar que vinho importado de Espanha possa estar a ser ilegalmente classificado com Denominação de Origem Protegida (DOC) e Indicação Geográfica (IG).
"Se nada fizermos, estamos a tirar confiança aos consumidores e a deturpar a qualidade dos vinhos portugueses", alertou o presidente da ATEVA - Associação Técnica dos Viticultores do Alentejo, Nuno Laranjo Rodrigues, em declarações à agência Lusa.
Esta associação, com sede em Évora, divulgou, na semana passada, uma carta aberta dirigida ao ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, na qual solicitava dados relativos ao vinho a granel importado e às ações de fiscalização no setor.
Hoje, o dirigente da ATEVA realçou que os viticultores estão "insatisfeitos com o que o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) e a tutela estão a fazer ao nível da fiscalização" no setor, por considerarem que as ações de inspeção "não existem ou são débeis".
O IVV "tem a seu cargo o controlo de todos os vinhos não certificados e entrega a fiscalização à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), mas não temos evidências que estejam a controlar com músculo os vinhos não certificados", adiantou.
A ASAE, prosseguiu Nuno Laranjo Rodrigues, "num dia fiscaliza peixe, fruta, restaurantes e, no outro, outra coisa qualquer e suspeitamos que não tem meios e operacionais com a formação suficiente para a especificidade do setor do vinho".
A ilegalidade pode acontecer, explicou, quando um agente económico declara que produziu o máximo permitido sem o ter conseguido, aumentando o volume através da incorporação de vinho não certificado ou vinho importado de Espanha.
Para o dirigente associativo, este cenário pode acontecer em todo o país "porque o IVV não controla o suficiente e esta inação relativamente aos vinhos não certificados deixa uma porta aberta às falsificações".
Aveiro
Castelo Branco
Coimbra
Guarda
Leiria
Viseu
EmpresasPatrimónioNaturezaGastronomia |