O Bloco de Esquerda (BE) de Coimbra condenou "vivamente", esta sexta-feira, 14 de março, o abate de 1070 sobreiros para instalação de uma central fotovoltaica - dos quais 970 jovens -, para instalação de uma central fotovoltaica de grande dimensão, no concelho de Condeixa-a-Nova.
Em comunicado, o BE refere que esta ação, pelo Governo, "não surpreende". Contudo, o parecer favorável da Câmara Municipal de Condeixa causa perplexidade e merece uma forte crítica política.
Para aquela estrutura partidária local, este abate é incompreensível pelas seguintes razões":
- É incongruente que uma estratégia de alegada defesa da natureza (projeto de energias renováveis) seja concretizada através da destruição da natureza; salientando que aquilo que está em causa é um património florestal objeto de proteção especial.
- A razão da proteção legal especial do sobreiro é conhecida: são importantíssimos para o equilíbrio dos ecossistemas, protegem contra a erosão, são uma barreira anti-incêndios, assumem um papel relevante na regulação do ciclo hidrológico e contribuem para a melhoria da qualidade do ar que respiramos e para redução dos gases com efeito de estufa, a principal origem das alterações climáticas.
- É contrária às recentes recomendações e boas práticas em matéria de transição energética para a defesa do clima. Havendo fortes evidências empíricas de que a geração de energia fotovoltaica, através de projetos centralizados e de grande dimensão, tem acentuado a degradação ecológica, criado e exacerbados problemas, desigualdades e injustiças sociais, económicas, ambientais e espaciais (“zonas de sacrifício”), a política correta é a que aposta em projetos de micro geração de energia elétrica para autoconsumo no setor residencial, industrial e serviços.
- Para além dos impactos visuais na paisagem, são facilmente identificáveis consequências negativas para as populações, nomeadamente, a perda de habitats, fauna e flora e o baixo retorno económico o que, naturalmente, desemboca numa eventual perda de qualidade de vida.
No mesmo comunicado remetido à imprensa, o Bloco de Esquerda defende que a estratégia para a transição energética e o cumprimento do roteiro para a neutralidade carbónica não podem ser feitos à custa de um sacrifício de um património natural e florestal especialmente protegido; e porque existem alternativas às grandes centrais fotovoltaicas, com um impacto menos gravoso sobre o território e sobre as pessoas.
O BE critica o Governo e a Câmara Municipal de Condeixa pelas permissões dadas a este ato de delapidação do património municipal de uma espécie especialmente protegida.
"O endeusamento de um suposto progresso à custa do sacrifício ambiental e social das populações é o mais errado dos caminhos"; salienta ainda.
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