Entre os compromissos agora assumidos, destaca-se a expansão da capacidade de data centers da Microsoft na Europa em 40% nos próximos dois anos.

 

 

A Microsoft anunciou esta quarta-feira cinco compromissos estratégicos para com a Europa, sublinhando o seu investimento contínuo no continente e a aposta na soberania digital, na cibersegurança e no apoio à competitividade económica europeia.

Em comunicado de imprensa, a tecnológica norte-americana destacou o papel central da Europa no seu percurso - que começou há 42 anos com o lançamento do Microsoft Word em francês e alemão - e assume agora uma nova etapa no apoio à transformação digital europeia.

Entre os compromissos agora assumidos, destaca-se a expansão da capacidade de data centers da Microsoft na Europa em 40% nos próximos dois anos.

A empresa está a reforçar operações em 16 países e planeia mais do que duplicar a sua capacidade no continente até 2027. Esta rede contará com mais de 200 centros de dados, suportando soluções de cloud pública, cloud soberana e parcerias locais com fornecedores europeus.

“Acreditamos que a IA será, na próxima década, um motor de produtividade e inovação tão transformador quanto a eletricidade foi no passado”, afirma a empresa no comunicado, sublinhando que o reforço da infraestrutura permitirá também responder aos requisitos legais europeus e apoiar serviços críticos em saúde, educação e administração pública.

Face à crescente instabilidade internacional, a Microsoft compromete-se a defender a resiliência digital da Europa, isto através da criação de um novo Conselho de Administração europeu para supervisionar as operações de cloud no continente. A empresa assegura que resistirá legalmente a qualquer tentativa de interrupção forçada dos seus serviços na região e garante planos de contingência com parceiros europeus, como a Bleu (França) e a Delos (Alemanha), para salvaguardar a continuidade operacional.

Foi também nomeado um Deputy CISO exclusivo para a Europa, encarregado de assegurar o cumprimento de regulamentações como o DORA, a diretiva NIS 2 e o Cyber Resilience Act (CRA).

Por outro lado, a tecnológica sublinha o seu histórico de defesa dos dados dos clientes europeus e destaca a conclusão do projeto EU Data Boundary, que permite o armazenamento e processamento de dados exclusivamente na UE e EFTA. Além disso, são oferecidas ferramentas como Confidential Compute, chaves de encriptação controladas pelo cliente e a Microsoft Cloud for Sovereignty, que, afirma, garantem elevados padrões de segurança e controlo.

Para reforçar a competitividade europeia, a empresa reitera ainda os seus Princípios de Acesso à IA, promovendo a abertura da sua infraestrutura a modelos open source e a empresas europeias. A plataforma Azure AI já aloja mais de 1.800 modelos de IA, muitos deles desenvolvidos por startups europeias como a Mistral e a Hugging Face. Todos estes modelos estão disponíveis através de APIs públicas, promovendo a interoperabilidade e a liberdade de escolha para os clientes.

A empresa apela ainda ao reforço dos laços transatlânticos e mostra-se otimista quanto à resolução de disputas comerciais entre os EUA e a UE. Em linha com o Relatório Draghi, defende um ambiente digital mais integrado, transparente e seguro.

 

 

 

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