Os primeiros relatos sobre a vila de Canas de Senhorim remontam a 1155, num texto de um contrato comercial entre Soeiro Mendes – nobre abastado que aqui viveu - e o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.
Mais tarde, aquando do falecimento do Bispo de Viseu (D. João Pires), em 1192, o Cabido da Sé de Viseu tomou posse da vila, tendo quatro anos mais tarde, outorgado a (primeira) Carta de Foral. O mais recente foral conhecido, "o novo", foi assinado já em Lisboa, por D. Manuel I, em 1514. Este foi extinto em 1852, sem ter sido publicado na Folha Oficial (atual Diário da República).
Em 1866, ano da Revolução da Janeirinha, a população tentou recuperar, de novo, esse estatuto, embora sem sucesso
No entanto, a maioria da população manteve a aspiração de reverter a freguesia em concelho, reavendo o estatuto anterior. Chegou a criar o "MRCCS - Movimento de Restauração do Concelho de Canas de Senhorim", tendo realizado diversas ações políticas e mediáticas. Chegou a apelidar-se de “invadida” e a denominar-se como “Timor”. Esta pretensão sempre foi contestada pelos políticos do concelho vizinho de Nelas, ao qual pertence Canas de Senhorim.
A elevação a concelho esteve prestes a acontecer em 2003, com uma votação favorável na Assembleia da República. Um mês mais tarde, o Presidente da República, Jorge Sampaio, vetou a lei que possibilitava a restauração do município.
Durante muitos anos, Canas de Senhorim constituiu o mais importante pólo industrial da região Centro. As suas indústrias mais significativas eram a CPFE – Companhia Portuguesa de Fornos Eléctricos, e a ENU – Empresa Nacional de Urânio, responsável em Portugal pela extração de urânio, com instalações na Urgeiriça.
Ambas as empresas cessaram a sua atividade e lançaram no desemprego mais de um milhar de trabalhadores, deixando a região com um problema ambiental pouco conhecido e desconfortável, sempre que abordado.
Em termos de festividades, destaca-se o Carnaval de Canas de Senhorim, tradição com mais de trezentos anos, e a Feira Medieval, que já atingiu as 25 edições.
De espírito bastante associativo, e com pouco mais de 3.500 habitantes (dados de 2011), Canas de Senhorim tinha entre os principais bairros (Paço e Rossio) uma antiga rivalidade.
Orca das Pramelas (IV e III milénios a.C.)
Igreja Matriz de Canas de Senhorim
Pelourinho de Canas de Senhorim (séc. XVII)
Complexo de Abrigos e Cavidades do Penedo da Penha - 1 e 2 (Vale de Madeiros)
Sítios arqueológicos: Corujeira e Quinta do Soito
Sepulturas antropomórficas: Pedras da Forca e sítio do Casal;
Lagareta do Salgueirinho (Póvoa de Santo António);
Monumento aos oitocentos anos de Foral de Canas de Senhorim (Largo 2 de Agosto);
Solar dos Abreu Madeira, Casa do Cruzeiro, Casa do Visconde de Pedralva;
Antigo edifício da Farmácia Reis Pinto e Casa José Nobre, (projectos do arquitecto Keil do Amaral)
Arroz de pato à Mineiro e Pato à moda da Beira
Morcela com treplos, Torresmos à beirão e Frango na púcara
Bolo do Foral e o doce (conventual) Travesseiros de São João
_
Bibliografia
Canas de Senhorim - História e Património, Edição da Junta de Freguesia de Canas de Senhorim, 1996.
Chancelaria D. Sancho I, Livro dos Mestrados, Arquivo Nacional Torre do Tombo
Loureiro, José Pinto, Concelho de Nelas (Subsídios para a História da Beira), 3.ª Edição, Câmara Municipal de Nelas,1988.
Nery, Júlia Lopes, Do Forno 14 ao Sud-Express com Autos de Foral, Ed. Câmara Municipal de Nelas,1996.
Aveiro
Castelo Branco
Coimbra
Guarda
Leiria
Viseu