Asuspensão “voluntária e temporária” da colheita noturna mecanizada de azeitona foi acordada por quatro organizações agrícolas, esta sexta-feira, 3 de julho, para estudarem o potencial impacto desta para a biodiversidade presente no olival.
Em comunicado conjunto, a Associação de Olivicultores do Sul, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri) e a Casa do Azeite revelaram ter assinado o acordo na sexta-feira e que será válido para a próxima campanha.
De acordo com esta organizações, o setor de produção de azeite é de grande relevância para a economia nacional, sobretudo através da sua vertente exportadora, tendo resistido à crise provocada pela covid-19 sem recurso a despedimentos ou ‘lay-off’.
As signatárias pretendem aprofundar o estudo sobre potencial impacto da colheita noturna na biodiversidade local, refere o comunicado das associações de olivicultura.
As quatro associações consideram importante o aprofundamento de um estudo científico que permita conhecer com rigor e de forma detalhada os impactos da colheita noturna, bem como identificar as medidas e recomendações de salvaguarda da avifauna.
Gonçalo Almeida Simões, diretor executivo da Olivum, refere que o setor “é o principal interessado em garantir a preservação dos ecossistemas locais e a salutar convivência entre agricultura e meio ambiente, uma vez que ambos coexistem de forma indissociável”.
As associações indicam que os resultados preliminares do primeiro e único estudo realizado, na campanha 2019/2020, realizado nas explorações “cedidas voluntariamente” pelos olivicultores, “indicam uma grande diversidade de aves, confirmando a biodiversidade existente no olival”.
Mas acrescentam que “o estudo não permitiu ainda o mapeamento da avifauna nos olivais e territórios envolventes”, tendo revelado que “os métodos de espantamento básicos utilizados se mostraram ineficazes para afugentar as espécies que escolhem as oliveiras como habitat”.
“Há uma necessidade de continuar o primeiro e único estudo científico até à data para que se possam conhecer, com rigor e de forma detalhada, os impactos da colheita noturna sobre a avifauna dos olivais”, refere o acordo assinado hoje.
Com este acordo, as quatro associações consideram ser “necessário aprofundar tecnologias inovadoras de espantamento das espécies do olival, com o objetivo de conciliar práticas agrícolas com a presença noturna de aves”.
As associações signatárias reconhecem a necessidade de recomendar a continuidade da suspensão temporária e de forma preventiva da colheita noturna mecanizada sempre que exista risco de impacto negativo na avifauna e enquanto não houver conclusões de um estudo detalhado que permita um conhecimento seguro e fundamentado sobre as medidas e recomendações de salvaguarda da avifauna, estabelecem ainda no acordo.
A Olivum sublinha a necessidade de extrema ponderação e reflexão sobre o tema, sob pena de poder vir a ser colocada em causa a competitividade do azeite português no mercado internacional e a garantia da excelente qualidade do azeite produzido em Portugal, nomeadamente do azeite virgem extr”, alertou o seu diretor executivo.
De acordo com esta organizações, o setor de produção de azeite é de grande relevância para a economia nacional, sobretudo através da sua vertente exportadora, tendo resistido à crise provocada pela covid-19 sem recurso a despedimentos ou ‘lay-off’.
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