"Paulo e Virgínia", a primeira "Peça do Ano", consiste numa réplica, em menor escala, do par de rãs gigantes de autoria de Raphael Bordallo Pinheiro criadas em 1889 e destinadas à decoração de lagos e jardins.
ABordallo Pinheiro acaba de lançar uma nova coleção intitulada "Peça do Ano". O anúncio foi feito ontem pela marca através das suas redes sociais (Facebook e Instagram), onde revelou ainda que a coleção é "composta por peças exclusivas e originalmente criadas por Raphael Bordallo Pinheiro e/ou pelo seu filho Manuel Gustavo, e que até hoje não estiveram acessíveis ao grande público".
"Paulo e Virgínia", a primeira "Peça do Ano", consiste numa réplica, em menor escala, do par de rãs gigantes de autoria de Raphael Bordallo Pinheiro criadas em 1889 e destinadas à decoração de lagos e jardins. Reza a tradição da Fábrica que Bordallo terá mesmo apelidado estas duas personagens de Paulo e Virgínia, inspirado no romance Paul et Virginie, de Bernardin de Saint-Pierre, de 1787.
Este grupo escultórico de batráquios ornamentou o Parque D. Carlos I, nas Caldas da Rainha, de 1914 a 1920, como se pode constatar em postais da época, e marcou presença no pavilhão português da Exposição Universal de Paris, em 1889. O par de rãs enamoradas foi exibido por Raphael como uma das peças principais na sua exposição no Rio de Janeiro, em 1899, aquando da apresentação no Brasil da sua majestosa Jarra Beethoven.
A peça tem o custo de 275€ e já se encontra disponível na loja online da marca.
A Fábrica de Faianças das Caldas foi fundada a 30 de Junho de 1884, ficando Raphael Bordallo Pinheiro responsável pelos aspetos técnico-artísticos e seu irmão Feliciano Bordallo Pinheiro pelos aspetos organizativos.
Raphael também acompanhou a peculiar conceção arquitetónica das instalações que incluía um espaço destinado a escola de cerâmica, onde se lecionavam vários cursos da especialidade. A fábrica e depósito de vendas estavam envolvidas por um parque arborizado contento duas nascentes de água e dois Barreiros e era decorado com as próprias cerâmicas de Raphael Bordallo Pinheiro.
Na fábrica de Raphael Bordallo Pinheiro foram criados centenas de modelos cerâmicos de criatividade ímpar, baseando-se nas tradições locais, nomeadamente na olaria caldense, adotando a fauna e a flora como inspiração decorativa. A sua produção cerâmica, especialmente pela sua qualidade artística, ganhou grande projeção e transformou-se num pólo de atração nacional e internacional.
Bordallo modela também as personagens do quotidiano português com audácia e um notável sentido crítico e, nos seus azulejos, cria padrões com influências tão vastas quanto diversas: do Naturalismo ao Renascimento, passando pela Art Nouveau e pelo legado hispano-árabe.
Raphael Bordallo Pinheiro com ajuda da sua equipa de operários, produziu obras arrojadas, quer pelas dimensões, quer pela delicadeza dos pormenores. A “Jarra Bethoven”, que ultrapassa os 2,60m de altura, é um símbolo da exuberância e do talento do artista e encontra-se no Museu das Belas Artes, no Rio de Janeiro.
Os vinte e um anos de produção de Raphael Bordallo Pinheiro (1884-1905) ficaram imortalizados na história da cerâmica caldense. Para tal, contribuiu não só a exuberância e criatividade das suas faianças, mas também o alto nível técnico atingido, principalmente ao nível da modelação e dos vidrados.
Manuel Gustavo Bordallo Pinheiro faz da sua vida uma verdadeira missão pela salvaguarda da memória de seu pai, Raphael Bordallo Pinheiro. Continuador da sua obra, permitiu que esta tradição cerâmica chegasse aos nossos dias.
Após a morte de Manuel Gustavo, em 1920, um grupo de ilustres caldenses, juntamente com os operários deram continuidade à empresa e, após a grave crise de 2008, é adquirida pelo Grupo Visabeira que lhe assegura a continuidade produtiva e histórica.
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