Isabel de Aragão, mais conhecida como a "Rainha Santa", é a padroeira da cidade de Coimbra e em sua honra todos os anos se comemoram as Festas da Cidade. De dois em dois anos, em anos pares, realiza-se a procissão noturna penitencial na quinta-feira, na qual a imagem da Rainha Santa é transportada em braços até à Igreja de Santa Cruz, donde regressa no domingo seguinte, em procissão solene.
O dia da sua morte, 4 de Julho, é também o dia da cidade e, simultaneamente, feriado municipal. Em Julho de 2016, por ocasião dos 500 anos da beatificação da Rainha, o seu túmulo esteve aberto e a sua mão exposta para veneração dos crentes.
Figura religiosa, empreendedora e altruísta, D. Isabel de Aragão transformou a vida social, religiosa e até política da cidade de Coimbra na época. A sua família, descendente de cátaros, autorizou o casamento por procuração com El-Rei D. Dinis, quando tinha apenas 11 anos de idade. Depois de Rainha, veio viver para Coimbra, em 1282, onde viria a protagonizar o célebre "Milagre das Rosas".
Segundo a lenda, D. Isabel saiu do palácio numa manhã de Inverno para distribuir pães aos mais desfavorecidos. Confrontada pelo seu esposo sobre o que levava no regaço, a rainha terá exclamado: "São rosas, Senhor! São rosas!". "Rosas, em Janeiro?", inquiriu D. Dinis. Nesse momento, a rainha expôs o regaço do seu vestido e nele havia apenas rosas, e nenhum sinal dos pães.
Apesar de nunca ter tomado os votos de clarissa, a “Rainha dos Pobres” viveu muito ligada a esta ordem religiosa, que habitava o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, e escolheu ser sepultada no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, algo verdadeiramente inédito numa época em que reis e rainhas eram sepultados juntos.
Intimamente relacionados com a Rainha Santa estão os Caminhos de Santiago de Compostela, que a mesma fez questão de percorrer por diversas vezes.
Todos os anos, cerca de mil peregrinos atravessam o concelho de Coimbra rumo a Santiago. Existem pontos de orientação por todo o concelho, inclusivamente, no centro da cidade (marcas de bronze no chão com o símbolo de Santiago – a concha), num total de 120 pontos, desde o Orelhudo (extremo sul) até Trouxemil (extremo norte). O Mosteiro de Santa Clara-a-Nova é também albergue para peregrinos, algo que certamente muito teria agradado à Rainha.
É na margem esquerda do Rio Mondego que se situam duas das casas religiosas onde passou a maior parte da sua vida – Mosteiro de Santa Clara-a-Velha e Mosteiro de Santa Clara-a-Nova (na foto, o primeiro em baixo, e o segundo ao fundo) – conhecidas pela sua ligação à Rainha Santa Isabel, pela produção de doçaria conventual (uma das suas famosas criações foi o Pastel de Santa Clara) e pelas “Abadessadas”, as tardes de serenatas que os estudantes ofereciam às freiras em troca de doces.
O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha foi fundado por D. Mor Dias, no século XIII, e mais tarde, passou a ser gerido por D. Isabel de Aragão, que após sucessivas inundações causadas pelo Rio Mondego, mandou construir o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em 1649. É aqui que se mantem atualmente o seu túmulo. Veja as fotos e os vídeos sobre a Rainha Santa Isabel e os seus conventos!
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