ACerdeira – Home for Creativity, na vila da Lousã, foi a vencedora do Prémio Nacional de Turismo na categoria de Turismo Autêntico em 2021.
Na base da escolha está o projeto que se diferencia pela associação de oferta turística de alojamento em espaço rural a turismo criativo associado às artes e ofícios (experiências, workshops, cursos de cerâmica, carpintaria, cestaria, desenho, pintura e outros).
O Prémio Nacional de Turismo 2021 é uma iniciativa promovida pelo BPI e o Expresso, que conta com o alto patrocínio do Ministério da Economia e da Transição Digital, o apoio institucional do Turismo de Portugal, IP, e o apoio técnico da Deloitte, enquanto Knowledge Partner.
Esta terceira edição pretende-se distinguir as melhores empresas, práticas e projetos do setor do Turismo em Portugal.
Todas as alturas do ano são boas para visitar as Aldeias de Xisto da Serra da Lousã: falamos de Gondramaz, Chiqueiro, Talasnal, Candal, Casal de São Simão e Cerdeira, dispersas pelos concelhos de Lousã, Miranda do Corvo e Figueiró dos Vinhos. Se no inverno, a neve cobre o xisto de branco; no outono, as copas das árvores mesclam-se entre o castanho, o vermelho e o amarelo; e na primavera e verão, as fotos não vão necessitar de edição, tal o contraste entre o vibrante verde da serra e o azulão do céu.
É também uma questão de gosto pessoal: no tempo frio, dá sempre para comer um prato de Chanfana a fumegar no Restaurante Ti Lena, no tempo quente dá para ir até às piscinas da Senhora da Piedade e provar as mil e uma receitas de cabrito e os doces do Restaurante O Burgo. Durante todo o ano, é possível tirar fotos neste baloiço panorâmico, assistir a provas nacionais e internacionais de BTT/downhill, ou ainda, participar num projeto de turismo cultural único.
É o caso do Cerdeira Village, um espaço de turismo rural intimamente ligado à criação e à formação artística desde 2012. A "village" é composta por nove casas de xisto recuperadas, onde está empiricamente comprovado que "o tempo não voa" (não há televisão e o acesso à internet está cingido ao Café da Videira, um dos espaços comuns da aldeia).
Cada uma das casas foi intervencionada por artistas de craft contemporâneo que criaram peças únicas de autor inspiradas pela aldeia e pela sua envolvente natural (entenda-se por craft a criação de peças de autor únicas através de técnicas manuais como a olaria, cerâmica, madeira, desenho ou pintura).
Mas a Cerdeira Village não é só um sítio para ficar a dormir. Tem também uma escola de arte com todas as infraestruturas necessárias para quem quiser ter um primeiro contacto com uma nova arte ou uma experiência criativa mais imersiva, na Cerdeira, Arts & Crafts School.
Há vários workshops, de cerca de 3 horas, destinados tanto a adultos como aos mais novos: desde a aprendizagem de técnicas como o Figurado em Cerâmica, Feltragem de Lã ou Talha em Madeira de Castanho, à construção de casas de xisto em miniatura, ou à confecção de Chanfana, um prato típico da região, no forno comunitário a lenha.
Este pequeno aglomerado habitacional esteve em risco de desaparecer, quando em 1988, Kerstin Thomas e Bernard Langer decidiram começar a recuperar algumas das casas. Mais tarde, em 2000, os amigos Natália e José Serra, juntaram-se no esforço de recuperação.
A aldeia foi classificada como conjunto de interesse municipal de forma a proteger o seu património arquitectónico. Tendo a aldeia ficado imune a intervenções que a pudessem descaracterizar ou adulterar a sua traça tradicional, esta classificação irá permitir assegurar legalmente a sua proteção futura.
Fotogaleria da aldeia de xisto da Cerdeira (Lousã)
Aveiro
Castelo Branco
Coimbra
Guarda
Leiria
Viseu
EmpresasPatrimónioNaturezaGastronomia |