São muitas as versões existentes sobre a origem da chanfana – um dos pratos de carne mais típicos da cozinha portuguesa.
Uma delas atribui a sua invenção ao Mosteiro de Semide, próximo de Miranda do Corvo.
Anualmente, entre o Verão e até ao Dia de S. Mateus, as freiras de Semide, proprietárias de coutadas e terrenos agrícolas, recebiam como moeda de pagamento de rendas (“foros”) tudo o que o povo tinha para dar: desde vinho e azeite, a galinhas e até caprinos.
Na impossibilidade de manter tamanho rebanho, optaram por cozinhar a carne de cabra em vinho tinto e outros temperos, que permitiam a sua conservação por um longo período de tempo.
Existem outras versões romanceadas que ligam esta iguaria aos episódios das Invasões Francesas, porém com parca sustentação documental. Aquela que mais se aproxima da realidade, segue o raciocínio lógico e pragmático do povo: enquanto jovem, a cabra seria útil para produzir leite, procriar, e manter as terras férteis e limpas. Depois de velha, a sua carne era aproveitada para a chanfana, a tripa para os negalhos e a pele para a produção de artefactos.
Além da chanfana, a carne de cabra era ainda rentabilizada noutros pratos, como a Sopa de Casamento (feita com couves cozidas, pão fatiado e molho da chanfana, habitualmente servida nas bodas do casamento), os Negalhos (confeccionado com o bucho e as tripas da cabra), e o Chispe (feito com a parte do pé da cabra).
Apesar do mistério em torno da sua origem, a chanfana rapidamente se popularizou em vários concelhos da região Centro, sobretudo em Miranda do Corvo, Lousã e Vila Nova de Poiares – concelhos que realizam semanas gastronómicas anuais para promover esta iguaria.
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